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Mãe desabafa após perder o filho de 3 anos por uma picada de escorpião

O caso comovente viralizou nas redes sociais.

Há pouco mais de dois meses, a arquiteta Michele Aparecida Carvalho, de 38 anos, viveu uma reviravolta devastadora em sua vida. Durante o feriado de Finados, enquanto preparava o almoço, seu filho caçula, Arthur, de apenas 3 anos, sofreu uma picada de escorpião ao brincar com suas botas de borracha.

A descoberta foi aterrorizante, mas mesmo diante do desespero, Michele agiu rapidamente e levou o menino ao hospital em cerca de 15 minutos. No entanto, a ausência do soro antiescorpiônico na unidade atrasou o tratamento, resultando na transferência para outro local, onde Arthur recebeu o soro após duas horas.

Infelizmente, a demora custou caro, e o menino não resistiu após sofrer sete paradas cardíacas. Michele compartilhou a tragédia nas redes sociais para conscientizar sobre os perigos das picadas de escorpião e a importância de atendimento rápido.

Um de seus vídeos viralizou, alcançando mais de 11,6 milhões de visualizações. Ela questiona o motivo de tantas fatalidades relacionadas a acidentes com animais peçonhentos, destacando a necessidade de agilidade e preparo no atendimento médico.

Disponibilização do soro antiescorpiônico

O soro antiescorpiônico é essencial para tratar envenenamentos graves, sendo sua administração precoce crucial para evitar complicações ou morte. Embora o Ministério da Saúde garanta sua distribuição nas áreas de maior incidência, a disponibilidade do soro varia conforme a região.

Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Saúde disponibiliza um mapa interativo que ajuda a localizar os 220 pontos de atendimento para emergências envolvendo escorpiões, aranhas e outros animais venenosos.

De acordo com especialistas, o tratamento em crianças até 10 anos deve ser iniciado em até 1 hora e 30 minutos após a picada. A médica veterinária Gisele Freitas alerta que sinais como choro intenso e dor forte devem ser imediatamente associados a um possível acidente com escorpiões, recomendando a busca urgente por atendimento médico.

Especialistas apontam que fatores como urbanização, mudanças climáticas e desmatamento têm contribuído para o aumento de casos, aproximando humanos e animais venenosos devido à maior oferta de detritos alimentares e proliferação de presas, como baratas e roedores.

Como prevenir acidentes

  • Use calçados e luvas durante atividades de jardinagem ou em áreas rurais;
  • Verifique roupas, calçados e roupas de cama antes de usá-las;
  • Mantenha camas e berços afastados das paredes;
  • Evite acumular entulho e limpe regularmente móveis e cantos das paredes;
  • Vede frestas, ralos e buracos em muros e paredes;
  • Mantenha a grama aparada e evite plantas trepadeiras próximas às casas.

O que fazer em caso de acidente

  • Leve a vítima ao serviço de saúde mais próximo;
  • Lave a área afetada com água e sabão;
  • Não faça garrote, torniquete ou sugue o local da picada;
  • Evite remédios caseiros, como pó de café ou folhas, que podem causar infecções;
  • Caso possível, fotografe ou capture o animal para facilitar a identificação e tratamento.

Essa trágica história reforça a necessidade de maior conscientização e agilidade no tratamento de acidentes com animais venenosos, especialmente em regiões onde a incidência é alta.