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FIM DOS TEMPOS: Filho M@T4 mãe de 91 anos, ela não queria fazer s… Ver mais

Matão, interior de São Paulo. Uma cidade pacata, de ruas tranquilas e vizinhança acolhedora, viu sua rotina ser tragada por uma tragédia que nenhum morador jamais imaginaria viver. Em uma manhã como outra qualquer, o som discreto dos passarinhos e o farfalhar das árvores foram substituídos por sirenes, gritos e um silêncio sepulcral — o tipo de silêncio que antecede o horror.

Dentro de uma modesta casa no bairro Alto, um cenário impensável tomava forma. Deodata de Almeida Santos, 91 anos, símbolo de fé e afeto na comunidade, foi encontrada gravemente ferida. Segundo a polícia, o autor da violência seria ninguém menos que seu próprio filho, Walter Ribeiro dos Santos.

UMA RELAÇÃO QUE ESCONDIA TEMORES

Amada por vizinhos e conhecida por sua generosidade, Dona Deodata era uma figura constante nas manhãs da Congregação Cristã no Brasil, onde frequentava cultos com dedicação e sempre tinha uma palavra de conforto a oferecer. Mesmo com mobilidade reduzida após uma fratura no fêmur, fazia questão de manter sua independência e rotina de cuidados domésticos.

Mas dentro daquela casa, o amor maternal convivia, há anos, com um inimigo silencioso: a instabilidade emocional de Walter, seu filho. Conforme relatos de pessoas próximas, ele já havia apresentado comportamentos estranhos, surtos de agressividade e episódios de confusão mental. Ainda assim, Dona Deodata jamais pensou em se afastar. Pelo contrário: seguia firme, fiel ao amor de mãe e à esperança de que o filho melhorasse.

“Ela nunca desistiu dele, mesmo quando tudo parecia difícil”, contou uma vizinha que preferiu não se identificar. “Era como se ela tivesse feito um voto de proteção eterna.”

O DIA EM QUE O SILÊNCIO FALOU ALTO DEMAIS

Na manhã da tragédia, moradores da rua estranharam a movimentação. Walter foi visto caminhando de maneira desconexa, empunhando ferramentas e murmurando palavras que ninguém conseguiu entender completamente. Ele parecia em transe, como se fosse movido por algo maior — e mais sombrio — do que ele próprio.

Ao ser abordado por vizinhos, teria dito algo que gelou a espinha de quem ouviu: “Acho que fiz uma besteira…”.

A Polícia Militar foi acionada imediatamente. Ao entrarem na residência, os agentes se depararam com uma cena devastadora. Dona Deodata, ferida gravemente, ainda respirava. Ela foi socorrida às pressas, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos. A notícia se espalhou como pólvora.

Walter foi preso em flagrante e conduzido à cadeia de Santa Ernestina. O caso, segundo a polícia, segue sendo investigado como possível homicídio cometido durante um surto psicótico. Ainda não há confirmação se ele estava sob efeito de medicamentos ou se havia interrompido o tratamento psiquiátrico.

UMA CIDADE EM LUTO, UMA MÃE EM MEMÓRIA

A comoção tomou conta das redes sociais e das ruas do bairro. Fotos de Dona Deodata sorrindo, orações e homenagens se multiplicaram, formando uma corrente de amor e tristeza coletiva. A incredulidade era o sentimento dominante. Como alguém tão cheio de vida, mesmo aos 91 anos, poderia partir daquela forma? Como a figura que sempre protegeu, agora precisaria ser protegida?

Amigos lembraram de sua doçura, sua fé inabalável e sua força diante das adversidades. “Ela era daquelas pessoas que a gente pensa que vão viver para sempre. Era pura luz”, escreveu uma internauta.

UMA FERIDA ABERTA: QUANDO O LAR SE TORNA UM CAMPO DE BATALHA INVISÍVEL

A tragédia de Matão é mais do que um caso policial. Ela escancara a necessidade urgente de se falar — com coragem e responsabilidade — sobre saúde mental, abandono, e os perigos do silêncio que encobre distúrbios psicológicos em ambientes familiares.

Quantas outras Deodatas existem, sofrendo caladas? Quantos Walters lutam sozinhos contra seus próprios demônios, sem tratamento, sem acompanhamento, sem rede de apoio?

A dor que hoje se espalha por Matão é o reflexo de um problema estrutural e silencioso que assombra lares em todo o país. E que, quando ignorado, pode explodir nas formas mais brutais — como aconteceu ali, naquela rua tranquila do interior.