Irmão de Zezé di Camargo diz que morte de Preta Gil foi castigo de Deus: “Ela mer… Ver Mais

A comoção causada pela morte da artista conhecida por interpretar “Sinais de Fogo” ganhou contornos ainda mais polêmicos neste final de semana. Em uma publicação feita no Instagram, Welington Camargo, irmão de Zezé Di Camargo e tio de Wanessa, manifestou-se sobre o falecimento da cantora, mas o tom escolhido gerou forte repercussão negativa.
Welington iniciou sua fala dizendo que estava entristecido com a notícia, mas rapidamente desviou para críticas contundentes à vida da artista.
“Eu fiquei muito triste com isso, porém nós sabemos que a Bíblia diz que de Deus não se escarnece”, declarou. Em seguida, publicou um vídeo antigo em que a cantora fazia comentários considerados ofensivos por grupos religiosos. “Vou botar um vídeo aqui para vocês verem o que ela falou de Deus. Vou botar um vídeo dela dizendo que dar o (ânus) é bom, é maravilhoso, e olha bem onde foi a doença dela”, afirmou, insinuando uma ligação entre a fala e o câncer que levou à morte da artista.
A repercussão foi imediata e dividida. Enquanto alguns seguidores do cantor demonstraram apoio, muitos consideraram os comentários desrespeitosos e oportunistas, especialmente por ocorrerem num momento de luto.
Em resposta às críticas, Welington reforçou seu posicionamento: “Tudo o que falei está na internet, inclusive ela falando. Ela deveria ter segurado a boca. Deus é bom, mas é justo”, escreveu nos comentários da própria postagem.
A fala do cantor ecoou não apenas nas redes sociais, mas também em programas de rádio e podcasts religiosos e seculares, reacendendo discussões sobre liberdade de expressão, respeito aos mortos e os limites do julgamento público com base em crenças religiosas.
Especialistas em ética e comunicação vêm destacando, inclusive, os riscos de usar o sofrimento alheio como palco de moralismo. “Estamos diante de uma sociedade cada vez mais polarizada, onde qualquer evento vira munição ideológica ou religiosa. O luto deveria ser um espaço de acolhimento, não de condenação”, comentou o teólogo Jonas Marinho, em entrevista recente à rádio CBN.
Enquanto isso, a família da artista optou por não se pronunciar diretamente sobre as declarações. O velório ocorreu em clima de comoção, com homenagens vindas de diversos colegas da música, inclusive de ex-participantes de realities, como o “The Masked Singer”, do qual ela participou em 2023.
A polêmica acende mais uma vez a discussão sobre como figuras públicas devem lidar com redes sociais, sobretudo em tempos de dor coletiva. Comentários como os de Welington Camargo revelam não apenas opiniões pessoais, mas também o poder e o peso que palavras ganham quando ditas sob o holofote da internet.
Por ora, resta o silêncio de muitos e a reflexão de outros.
Em tempos de tanta exposição, talvez o respeito — mesmo diante de divergências — seja a única linguagem que ainda precisamos aprender a falar fluentemente.