Mauro Cid decide não comparecer ao julgamento no STF devid…Ver Mais

O julgamento que promete movimentar a cena política e jurídica do país nos próximos dias começa a ganhar contornos mais definidos. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, decidiu não comparecer pessoalmente à sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará a denúncia sobre a suposta trama golpista atribuída a integrantes próximos do ex-presidente.
Segundo aliados próximos, a escolha não foi tomada de forma isolada. Cid seguiu à risca a recomendação de sua equipe de defesa, que avaliou que sua presença física na Corte não acrescentaria benefícios práticos à estratégia jurídica. Assim, enquanto seus advogados estarão no plenário para sustentar os argumentos, o militar acompanhará o desenrolar do processo de casa, em sua residência na Vila Militar, em Brasília.
Uma peça-chave na investigação
Cid não é um personagem secundário nessa narrativa. Ao contrário, ele é apontado como um dos principais nomes do chamado “primeiro núcleo” da investigação, que envolve oito réus no total. Sua proximidade com Bolsonaro, durante todo o mandato presidencial, faz dele uma figura central para o Ministério Público e para a própria Corte.
Conversas, registros de agenda e movimentações durante o período eleitoral e pós-eleitoral são vistos como pontos de grande relevância para esclarecer a extensão do envolvimento de cada acusado.
O julgamento, que começa nesta terça-feira (2) e deve se estender até 12 de setembro, será acompanhado com lupa por todo o país.
Afinal, não se trata apenas de um processo contra militares e ex-assessores, mas de um capítulo decisivo na apuração sobre tentativas de ruptura institucional no Brasil.
O direito de estar presente
Todos os réus têm a prerrogativa de acompanhar presencialmente as sessões. Inclusive o próprio Jair Bolsonaro, que, apesar de estar em prisão domiciliar, poderia solicitar uma autorização ao STF para marcar presença.
Até agora, porém, não há sinal de que o ex-presidente vá recorrer a esse direito.
Esse detalhe expõe a delicadeza do momento. Para muitos, a ausência de Cid no plenário pode ser interpretada como uma forma de evitar exposição pública em um momento em que sua imagem já se encontra desgastada.
Para outros, a decisão é apenas estratégica, visando evitar ruídos que possam atrapalhar a linha de defesa.
Expectativa e tensão
O ambiente em Brasília é de expectativa. Nos bastidores, comenta-se que o julgamento pode abrir precedentes relevantes, seja para endurecer o tratamento a tentativas de golpe contra instituições democráticas, seja para delimitar com mais clareza a responsabilidade individual de cada réu.
A imprensa, por sua vez, prepara uma cobertura intensa, com transmissões ao vivo e análises em tempo real, refletindo a importância do processo para o cenário político atual.
Enquanto isso, Mauro Cid permanecerá em sua casa, à distância, mas inevitavelmente no centro das atenções.
Sua trajetória, que começou nos bastidores da assessoria presidencial e agora o coloca diante do Supremo, simboliza como a política brasileira pode mudar de forma abrupta e imprevisível.
Seja qual for o resultado, o julgamento promete deixar marcas profundas não apenas nos envolvidos, mas também na memória política recente do país.