Tristeza E Dor: Mais Uma Mulher M0rre Após Fazer Preenchimento No Bumb…Ver Mais

A cidade de São Vicente, no litoral paulista, amanheceu em luto após a morte de Jamili Carvalho Oliveira, de 35 anos, vítima de complicações graves decorrentes de um procedimento estético realizado no dia 13 de setembro. Jamili foi submetida a um preenchimento de glúteo com hidrogel, substância que há anos é alvo de críticas por parte da comunidade médica devido aos seus efeitos colaterais potencialmente fatais.
Segundo informações da Prefeitura de São Vicente, Jamili deu entrada no Hospital Vicentino, no bairro Vila São Jorge, já em estado crítico. A suspeita clínica inicial foi de sepse de foco cutâneo — uma infecção grave que se espalha pelo corpo a partir da pele — possivelmente relacionada ao uso do hidrogel.
O procedimento e suas consequências
De acordo com relatos de familiares, o procedimento foi realizado fora de ambiente clínico, em uma casa emprestada por um amigo da vítima. A aplicação teria sido feita por uma mulher indicada por esse amigo, mas que não possuía formação médica ou autorização legal para realizar intervenções estéticas. Após o preenchimento, Jamili começou a apresentar dor intensa, inchaço e vermelhidão na região dos glúteos. Em poucos dias, seu quadro evoluiu para uma infecção generalizada.
Ela foi internada no Hospital Vicentino, onde passou por procedimentos cirúrgicos para remoção de tecidos necrosados. Apesar dos esforços da equipe médica, Jamili não resistiu e faleceu às 5h12 da manhã de sábado.
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Hidrogel: uma substância sob alerta
O hidrogel é uma substância composta por poliacrilamida e água, utilizada em procedimentos de preenchimento corporal. Embora tenha sido autorizado em alguns países para uso médico específico, seu emprego em estética — especialmente em grandes volumes — é considerado de alto risco. Casos de necrose, embolia pulmonar, infecções graves e até morte já foram registrados em diversas partes do Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já emitiu alertas sobre o uso indiscriminado do produto, que muitas vezes é aplicado por profissionais não habilitados, em locais sem condições sanitárias adequadas.

Investigação e responsabilização
A Polícia Civil de São Vicente registrou o caso como morte suspeita e abriu investigação para apurar as circunstâncias do procedimento. O corpo de Jamili foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), que deverá confirmar a causa da morte. Familiares afirmam que não sabiam da intenção de Jamili em realizar o procedimento e estão devastados com a perda.
A Secretaria da Saúde de São Vicente informou que o procedimento não foi realizado em nenhuma unidade de saúde pública ou privada da cidade, o que reforça a hipótese de aplicação clandestina.
Reflexões sobre estética, saúde e responsabilidade
A morte de Jamili Carvalho reacende um debate urgente sobre os limites da estética corporal, a pressão social por padrões de beleza e a responsabilidade dos profissionais que atuam na área. Em tempos de redes sociais e influenciadores digitais, cresce o número de pessoas que buscam resultados rápidos e acessíveis, muitas vezes ignorando os riscos envolvidos.
É fundamental que haja fiscalização rigorosa, campanhas de conscientização e punição exemplar para práticas ilegais que colocam vidas em risco. A tragédia de Jamili não pode ser apenas mais um número nas estatísticas — precisa ser um ponto de virada na forma como o Brasil encara a saúde estética.