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Três dias antes de ser brutalmente morta por ex-marido, mulher fez pedido desesperado no PR

Crime aconteceu na noite de terça, dia 21 de outubro

O número de casos de violência doméstica no Brasil segue alarmante e expõe uma ferida que ainda está longe de cicatrizar. Diariamente, milhares de mulheres vivem sob ameaças, agressões e medo mesmo após tentarem buscar ajuda.

Apesar de avanços na legislação e nas políticas públicas, a resposta do sistema de proteção ainda enfrenta falhas que podem custar vidas. Em Curitiba, mais um caso reacendeu o debate sobre a eficácia das medidas protetivas.

Claudia Valéria de Souza Rissardo, de 45 anos, foi morta a facadas dentro da própria panificadora, na noite de quarta, dia 22 de outubro, apenas três dias depois de solicitar uma medida protetiva contra o ex-marido. Segundo a Polícia Civil, o documento chegou a ser expedido pela Justiça, mas o agressor não havia sido notificado.

O casal havia encerrado um relacionamento de 20 anos poucos dias antes. Após a separação, o homem passou a ameaçar a ex-companheira por mensagens. No boletim de ocorrência registrado no sábado, dia 18 de outubro, Claudia relatou que ele dizia que “a mataria caso ela o deixasse”.

Na noite do crime, o suspeito pulou o muro dos fundos da padaria onde ela trabalhava e a atacou na frente dos três filhos. Os jovens, de 18, 22 e 26 anos, tentaram socorrer a mãe e também ficaram feridos.

Dois deles precisaram de atendimento hospitalar, mas passam bem. O agressor foi contido e permanece sob custódia policial. A Polícia Civil investiga o caso como feminicídio consumado e tentado.

O corpo de Claudia foi sepultado nesta quinta, dia 23 de outubro, em São José dos Pinhais. Amigos e familiares lamentaram a perda de uma mulher descrita como dedicada, trabalhadora e amorosa.

O caso reacende uma reflexão dolorosa: quantas vidas mais serão interrompidas até que as medidas de proteção se tornem, de fato, efetivas?