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Técnicos de internet são mortos por facção ao não pagarem ‘pedágio’ na BA; último vídeo deles gera comoção

Mais detalhes sobre o caso dos técnicos de internet que não resistiram após empresa não ter pagado pedágio para facção na Bahia.

Em um crime brutal que escancara o domínio da violência sobre o cotidiano de trabalhadores, foi confirmada a morte de três técnicos de internet, executados por uma facção criminosa no bairro do Alto do Cabrito, em Salvador, no dia 16 de dezembro.

As vítimas foram identificadas como Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos.

Os três trabalhavam na instalação e manutenção de rede quando foram sequestrados e mortos, em um episódio que, segundo a polícia, não possui qualquer relação com atividades ilícitas das vítimas.

A Polícia Civil concedeu as primeiras informações sobre a motivação bárbara e falou sobre a prática de extorsão. De acordo com os investigadores, o crime teria sido um “recado” sangrento à empresa Planet Internet, que atua na região.

Traficantes do Comando Vermelho (CV) estariam exigindo o pagamento de um “pedágio” para permitir o serviço nos bairros controlados pela facção, e a execução teria sido a punição pela falta de pagamento dessa taxa ilegal.

Com a notícia da execução, os detalhes dos últimos momentos dos trabalhadores vieram à tona. Horas antes do crime, Ricardo, Jackson e Patrick gravaram um vídeo brincando nas redes sociais, sem imaginar o que viria.

Os homens foram encontrados com as fardas de trabalho e com mãos e pés amarrados em uma área conhecida como ponto de desova. Familiares relataram que as ameaças eram constantes: “Disseram que, se a empresa não pagasse, iriam matar os técnicos”, desabafou.

Neste momento de choque e revolta, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) intensifica as buscas para identificar os responsáveis. O último vídeo publicado por eles, está amplificando o sentimento de indignação.

Não há registros criminais contra os técnicos, confirmando que eram trabalhadores inocentes que acabaram no centro de uma disputa financeira entre o crime organizado e prestadores de serviço.

No momento, a polícia segue com diligências no Subúrbio Ferroviário, mas ninguém foi preso até o fechamento desta reportagem. Muitos continuam a lamentar o ocorrido.