Patrícia Abravanel toma uma decisão importante após críticas

O lançamento do novo canal SBT News, realizado no dia 12 de dezembro de 2025, acabou indo muito além da proposta jornalística anunciada pela emissora. O evento, que coincidiu com a data em que Silvio Santos completaria 95 anos, foi marcado por homenagens ao fundador do SBT e por uma ampla repercussão política nas redes sociais. Patrícia Abravanel teve papel de destaque na cerimônia, recepcionando convidados, posando para fotos e representando a família Abravanel em um momento considerado estratégico para o futuro da emissora.
A ocasião reuniu autoridades de alto escalão, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja, além do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e do prefeito da capital paulista Ricardo Nunes. A presença desse grupo diverso foi inicialmente tratada como um gesto institucional, mas rapidamente se tornou alvo de interpretações políticas, especialmente pela participação de nomes ligados ao governo federal.
Poucas horas após a divulgação das imagens do evento, uma onda de críticas tomou conta das redes sociais. Grupos alinhados à direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro passaram a acusar o SBT de ter adotado um viés ideológico favorável ao governo Lula. Patrícia Abravanel se tornou um dos principais alvos desses ataques, recebendo comentários agressivos e acusações de que a emissora teria abandonado a neutralidade histórica que sempre defendeu. Termos pejorativos e pedidos de boicote à emissora circularam com força em plataformas como Instagram e X, antigo Twitter.
Diante da intensificação das mensagens ofensivas, Patrícia decidiu adotar uma medida para conter o assédio virtual. A apresentadora optou por restringir os comentários em algumas de suas publicações no Instagram, limitando a interação do público. A decisão foi vista como uma tentativa de preservar sua imagem e evitar novos confrontos, já que seu perfil havia se transformado em um espaço de disputa política. Conhecida por compartilhar momentos pessoais e profissionais, Patrícia passou a lidar diretamente com os desafios impostos pela exposição pública em um ambiente digital cada vez mais polarizado.
Como forma de resposta às acusações de partidarismo, Patrícia também recorreu ao legado de seu pai. Ela publicou um documento de 1988, assinado por Silvio Santos, no qual o fundador do SBT reforçava o compromisso da emissora com a imparcialidade no jornalismo. A iniciativa buscou lembrar ao público que a neutralidade editorial sempre foi um princípio defendido pela empresa, independentemente de governos ou posicionamentos políticos. A publicação dividiu opiniões, recebendo tanto elogios quanto críticas.
Em paralelo, Patrícia e sua irmã Daniela Beyruti, atual presidente do SBT, divulgaram uma nota oficial para esclarecer a posição da emissora. No comunicado, elas afirmaram que o SBT News nasce com a proposta de ser um canal “sem partido e sem lado”, aberto a diferentes visões políticas e sociais. Segundo o texto, a presença de autoridades no evento teve caráter exclusivamente institucional e não representa qualquer alinhamento editorial.
Mesmo com os esclarecimentos, a polêmica continuou a se espalhar. Personalidades públicas também se manifestaram, como o cantor Zezé Di Camargo, que criticou abertamente o evento e pediu que seu especial de Natal não fosse exibido pelo SBT. O episódio evidenciou como disputas políticas podem impactar diretamente relações comerciais, programação televisiva e a imagem de figuras públicas.
Apesar das críticas e da repercussão negativa, o lançamento do SBT News segue como uma aposta estratégica da emissora para ampliar sua atuação no jornalismo 24 horas, com presença na TV paga, no YouTube e em plataformas de streaming. Agora, o canal enfrenta o desafio de demonstrar na prática o compromisso com a imparcialidade prometida, enquanto Patrícia Abravanel continua lidando com os reflexos da exposição pública em meio a um cenário político cada vez mais dividido.





