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O que é neurite óptica, diagnosticada no ator Felipe Simas e que pode ser sintoma de doença grave e rara

Ator Felipe Simas detalha sua jornada com a neurite óptica, uma inflamação que pode ser sintoma de uma condição autoimune rara.

O ator Felipe Simas, 32 anos, tornou público seu diagnóstico de neurite óptica, uma inflamação do nervo óptico, ocorrido no ano passado. A condição, que inicialmente foi confundida com cansaço, levantou a possibilidade de ser um sintoma de uma doença autoimune rara e grave, o Transtorno do Espectro da Neuromielite Óptica (NMOSD). 

Simas descreveu o início dos sintomas: “Eu cheguei em casa e minha visão estava um pouco turva e uma coloração diferente. Eu pensei que fosse só cansaço e fui descansar e na manhã seguinte, permanecia do mesmo modo.” A persistência do quadro levou sua esposa, Mari, a levá-lo a um oftalmologista, que solicitou uma série de exames. Posteriormente, o ator foi internado e recebeu o diagnóstico de neurite óptica. Esta inflamação pode, em casos mais severos, resultar na perda de visão.

A preocupação maior surgiu com a possibilidade de a neurite óptica ser um indicativo de NMOSD, uma condição autoimune que afeta o sistema nervoso central, com impacto particular no nervo óptico e na medula espinhal. “Num piscar de olhos, a vida pode mudar. Na época eu não sabia, mas aqueles sintomas poderiam ser um sinal de NMOSD”, afirmou Simas, ressaltando a negligência comum em relação aos sintomas em meio à rotina agitada.

A complexidade da neurite óptica

A neurite óptica é caracterizada pela inflamação do nervo óptico, responsável por transmitir informações visuais dos olhos para o cérebro. Os sintomas podem incluir visão turva, perda de visão central ou periférica, dor nos olhos e sensibilidade à luz. A condição pode ser desencadeada por diversos fatores, como infecções virais (varicela-zoster, herpes simplex e Epstein-Barr) e doenças autoimunes, como esclerose múltipla (EM), neuromielite óptica (NMO) e lúpus eritematoso sistêmico (LES). A toxoplasmose também pode ser uma causa se a infecção atingir o nervo óptico.

A gravidade da neurite óptica é variável, podendo apresentar quadros leves ou evoluir para a perda permanente da visão. Por isso, o diagnóstico e o início do tratamento precoces são cruciais para evitar desfechos mais graves. 

Tratamento e prevenção

O tratamento da neurite óptica é determinado pela causa subjacente. Se a inflamação estiver associada a doenças autoimunes, o uso de corticosteroides (anti-inflamatórios hormonais) e, em alguns casos, terapias imunossupressoras são indicados. Quando a condição é resultado de doenças infecciosas, o foco é o combate ao agente infeccioso com medicamentos específicos, como antibióticos e antivirais.

Não existe uma prevenção específica para a neurite óptica. No entanto, a manutenção de um estilo de vida saudável e a atenção a condições autoimunes podem ser úteis. A vacinação, especialmente contra o herpes zóster, também é apontada como uma ferramenta importante na prevenção de infecções virais que podem desencadear o quadro.