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No primeiro Natal como papa, Leão XIV manda importante recado para os fiéis: ‘Rezamos…’

Em sua primeira mensagem Urbi et Orbi (“à cidade e ao mundo”) desde que assumiu a liderança da Igreja Católica em maio deste ano, o Papa Leão XIV fez um apelo incisivo nesta quinta-feira de Natal (25).

Do balcão central da Basílica de São Pedro, sob chuva constante, o pontífice pediu que Rússia e Ucrânia tenham a “coragem” de retomar o diálogo de forma “direta e sincera” para encerrar o conflito que se arrasta desde 2022.

O discurso também destacou o sofrimento humanitário na Faixa de Gaza e cobrou responsabilidade dos líderes latino-americanos. Diante de milhares de fiéis, Leão XIV enfatizou a necessidade urgente de silenciar as armas.

“Rezamos especialmente pelo atribulado povo ucraniano… para que as partes envolvidas, com o apoio da comunidade internacional, encontrem a coragem para dialogar de maneira sincera, direta e respeitosa”, declarou.

O pedido do Vaticano ocorre em um momento crítico: Kiev aguarda uma resposta de Moscou sobre um plano de paz atualizado, proposto pelos Estados Unidos.

Segundo o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, a proposta sugere o congelamento da linha de frente e a criação de zonas desmilitarizadas. As negociações diretas entre os dois países estão paralisadas há seis meses, sem avanços significativos.

A preocupação com o Oriente Médio também foi central nas celebrações. Tanto na bênção desta quinta-feira quanto na Missa do Galo, celebrada na noite anterior (24), o Papa traçou um paralelo teológico entre o nascimento de Jesus e a vulnerabilidade dos civis.

Leão XIV citou explicitamente as “tendas de Gaza”, onde centenas de milhares de pessoas enfrentam o inverno, chuva e frio após dois anos de guerra entre Israel e o Hamas.

“Frágil é a carne das populações indefesas… Como não pensar nas tendas em Gaza e em tantos outros refugiados?”, questionou, comparando a encarnação de Cristo à fragilidade dos desabrigados e deslocados internos.

O pontífice, eleito há sete meses, reservou parte de seu discurso para a América Latina. Ele exortou os governantes da região a priorizarem o bem comum acima de disputas partidárias.

“Que o menino Jesus inspire aqueles que têm responsabilidades políticas… para que tenham espaço ao diálogo e não às exclusões ideológicas”, afirmou.

O único país mencionado nominalmente na região foi o Haiti. O Papa pediu o fim de “toda forma de violência” na nação caribenha e desejou que o país possa finalmente avançar por caminhos de reconciliação e paz.

A cerimônia encerrou as primeiras celebrações natalinas de Leão XIV, marcadas por um tom de forte apelo diplomático e sensibilidade social.