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Não satisfeito com Magnitsky. Trump decide dar a Moraes novo castigo, ele m… Ver mais

A crise política que já estremecia as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos deu um salto inesperado neste agosto de 2025. Em meio a declarações inflamadas e gestos de retaliação, o ex-presidente norte-americano Donald Trump estaria prestes a anunciar um novo pacote de sanções internacionais, desta vez mirando Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A medida, caso confirmada, seria uma resposta direta à decisão do magistrado que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. O episódio promete intensificar um embate que, até agora, já havia ultrapassado os limites da política interna para se tornar um jogo de xadrez internacional.

Viviane Barci de Moraes não é figura estranha ao noticiário. Formada em Direito pela Universidade Paulista (UNIP), ela lidera o escritório “Barci de Moraes Sociedade de Advogados”, em São Paulo, onde dois de seus três filhos também integram o quadro societário. A banca atua em diversas áreas jurídicas, incluindo processos que tramitam no próprio STF. Desde abril deste ano, mantém associação com o Banco Master, embora os detalhes sobre a natureza dos serviços e valores envolvidos não tenham sido divulgados publicamente. O nome de Viviane também esteve em evidência em 2023, quando assumiu papel central na defesa de seu marido e familiares durante a investigação do episódio no aeroporto de Roma, que gerou repercussão nacional.

O movimento de Trump contra Viviane não nasce do nada. Alexandre de Moraes já foi alvo de sanções norte-americanas amparadas na chamada Lei Magnitsky — legislação usada para punir autoridades acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos. As medidas incluíram congelamento de bens nos EUA e restrições de visto, estendendo-se a familiares próximos. Agora, ao colocar a esposa do ministro no radar, o ex-presidente norte-americano sinaliza uma escalada estratégica, levando a pressão do campo institucional para o terreno pessoal e econômico.

A justificativa para esse novo alvo, segundo aliados de Bolsonaro nos bastidores, é a tese de que Viviane funcionaria como “braço financeiro” de Alexandre de Moraes. Eles alegam que o rendimento do casal não se limitaria ao subsídio de ministro do STF e que a atuação da advogada em causas de grande relevância reforçaria essa narrativa. Contudo, até o momento, tais afirmações não foram acompanhadas de provas concretas. A ausência de evidências públicas alimenta o debate acalorado, dividindo opiniões entre aqueles que enxergam um ataque político sem precedentes e os que defendem a medida como uma forma legítima de pressão.

Caso as sanções se confirmem, o impacto sobre o “Barci de Moraes Sociedade de Advogados” será imediato e profundo. Além de perder a possibilidade de fechar contratos com clientes norte-americanos ou empresas com vínculos comerciais nos Estados Unidos, o escritório enfrentará um abalo reputacional de difícil reversão. A inclusão em listas de sanções internacionais costuma carregar estigmas que vão muito além da questão econômica, podendo afastar potenciais clientes e parceiros em outros mercados. Para o meio jurídico brasileiro, essa situação acende um sinal de alerta sobre como instrumentos de política externa podem ser usados para influenciar disputas internas.

A movimentação também se insere em um contexto mais amplo de tensão ideológica. Desde o início do ano, medidas de Trump contra o Brasil já haviam se materializado em tarifas adicionais sobre produtos brasileiros e na convocação de autoridades diplomáticas para esclarecimentos formais. A possível punição a Viviane reforça que a disputa deixou de ser apenas entre governos ou lideranças políticas, envolvendo diretamente integrantes do Judiciário e seus familiares. É um sinal de que decisões judiciais em território nacional podem, cada vez mais, provocar respostas que ultrapassam fronteiras e impactam setores estratégicos da economia.

No horizonte, o que está em jogo vai além do destino de uma advogada ou das relações familiares de um ministro. A eventual sanção contra Viviane Barci de Moraes representa a abertura de um precedente perigoso, em que a esfera privada de autoridades brasileiras se torna alvo direto de pressões internacionais. Esse cenário pode redefinir a forma como o Brasil encara a defesa de suas instituições diante de investidas estrangeiras, especialmente em um momento de elevada polarização política e instabilidade diplomática. Qualquer passo em falso — de um lado ou de outro — terá repercussões não apenas no tabuleiro interno, mas também na delicada rede de relações globais que o país precisa preservar.