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Idoso de 77 anos leva golpe de 8 mil reais, e descobre que sua amante de 21 era homem, ele m… Ver mais

O que parecia ser uma nova chance para o amor terminou em decepção, prejuízo e vergonha. Um idoso de 77 anos, morador de uma pequena cidade no interior de São Paulo, viveu por três meses um relacionamento virtual com uma suposta jovem de 21 anos, que conheceu pelo Facebook. Durante esse período, acreditando ter encontrado um novo sentido para a vida, ele fez transferências bancárias, escondeu sua vida da esposa e quase vendeu a própria casa para fugir com a “namorada”. O desfecho só não foi mais trágico graças à intervenção da família, que descobriu se tratar de um golpe bem articulado por criminosos que se aproveitaram da carência emocional do aposentado.

O romance começou com um simples pedido de amizade na rede social, seguido por curtidas em fotos antigas e mensagens elogiosas. Em poucos dias, o clima entre os dois evoluiu: a jovem dizia estar encantada com a educação e gentileza do senhor. Entre trocas de mensagens, áudios afetuosos e até fotos sensuais, o idoso mergulhou na fantasia de estar vivendo um novo amor. Sentia-se vivo, desejado e importante — algo que, segundo relatos de familiares, ele não demonstrava há muito tempo.

No entanto, o envolvimento emocional rapidamente se transformou em dependência financeira. A falsa namorada começou a relatar dificuldades: aluguel atrasado, problemas de saúde na família, falta de dinheiro para comprar uma passagem e visitar o companheiro. Sensibilizado, o idoso fez várias transferências, que somaram mais de R$ 8 mil em menos de dois meses. O golpe alcançou seu auge quando a mulher virtual sugeriu que ele vendesse sua casa para viverem juntos em outra cidade. Seduzido pela ideia de recomeçar, ele iniciou conversas com um vizinho interessado no imóvel.

A tentativa de venda do bem familiar despertou a atenção da esposa, de 73 anos, com quem o idoso é casado há mais de quatro décadas. Consultada para a assinatura de documentos, ela descobriu o plano do marido e ficou em choque. Em um gesto de desespero e proteção, procurou os filhos do casal e relatou a situação. Juntos, os familiares passaram a investigar as mensagens no celular do pai. Foi então que encontraram diversas incongruências: mensagens repetidas, fotos suspeitas, e histórias mal explicadas.

Com o apoio de um amigo da família com conhecimentos em tecnologia, os filhos conseguiram rastrear parte das informações do perfil falso. A jovem não existia. Do outro lado da tela, estava um golpista — um homem adulto que, com a ajuda de uma cúmplice, utilizava áudios femininos e imagens roubadas de outras redes sociais para manter o engano. O golpe aplicado é conhecido como “catfish”, expressão usada quando alguém finge ser outra pessoa na internet para enganar vítimas emocional e financeiramente.

Graças à ação rápida da família, a venda da casa foi interrompida a tempo. O idoso, embora devastado emocionalmente, reconheceu o erro e está agora sob acompanhamento psicológico. A esposa, apesar da mágoa, decidiu permanecer ao lado do companheiro, tentando reconstruir a confiança. “Ele foi vítima de um golpe cruel, em um momento de fragilidade. Poderia ter acontecido com qualquer um”, disse a mulher, visivelmente emocionada.

Este caso é um triste retrato de uma prática que cresce em ritmo alarmante: os golpes sentimentais virtuais, especialmente contra idosos. Segundo dados da Polícia Civil de São Paulo, esse tipo de crime aumentou mais de 60% nos últimos três anos. A pandemia, que intensificou o uso das redes sociais, também expôs ainda mais a vulnerabilidade emocional de pessoas que vivem em isolamento ou lidam com solidão. Por isso, especialistas alertam: é fundamental oferecer orientação digital às pessoas mais velhas, além de promover o diálogo familiar. Quando o coração se sobrepõe à razão, o perigo está sempre à espreita — e pode custar muito mais do que dinheiro.