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Hospital dar triste notícia sobre jovem que tomou 60 s0cos do namorado, ela… Ver mais

Na última sexta-feira (1), Juliana Garcia dos Santos Soares, vítima de uma agressão brutal por parte do ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, foi submetida a uma cirurgia de reconstrução facial no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O procedimento foi conduzido com êxito por uma equipe especializada e representa mais um passo no processo de recuperação física da jovem, que teve o rosto desfigurado após o ataque violento ocorrido em um elevador residencial na cidade de Natal (RN). O caso, que chocou o país, voltou a acender o debate sobre a violência contra a mulher e a urgência de políticas públicas eficazes de proteção.

Segundo o boletim médico emitido pelo HUOL, a intervenção ocorreu de maneira segura e conforme o planejamento prévio, com foco em restabelecer tanto a funcionalidade quanto a estética facial de Juliana. A operação envolveu cirurgiões-dentistas especializados em traumatologia buco-maxilo-facial, anestesistas e uma equipe de enfermagem treinada para lidar com procedimentos complexos como esse. Apesar da cirurgia bem-sucedida, a jovem segue internada sob observação clínica, com alta condicionada à evolução de seu quadro pós-operatório.

O ataque aconteceu no interior de um elevador e foi registrado por câmeras de segurança do edifício. As imagens, amplamente divulgadas nas redes sociais, mostram Igor Cabral desferindo diversos socos no rosto de Juliana, sem qualquer chance de defesa. A violência foi tamanha que a jovem saiu do local com o rosto completamente coberto de sangue. Vizinhos que ouviram os gritos prestaram os primeiros socorros e a encaminharam ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, onde recebeu atendimento de urgência antes de ser transferida para o HUOL.

A rápida repercussão do caso nas redes sociais e na imprensa provocou uma onda de indignação nacional. Internautas cobraram providências das autoridades, e entidades ligadas aos direitos humanos e ao combate à violência de gênero se manifestaram exigindo punição exemplar para o agressor. Em resposta à pressão popular e às evidências captadas pelas câmeras, a Polícia Civil prendeu Igor Cabral em flagrante. Sua prisão preventiva foi decretada pela Justiça, e ele aguarda decisão judicial sob custódia, enquanto o inquérito segue em andamento.

O caso expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade de muitas mulheres em relacionamentos abusivos, mesmo quando seus parceiros não apresentam antecedentes criminais aparentes. Igor Cabral, até então conhecido por sua trajetória como atleta, não despertava suspeitas públicas de comportamento violento. Essa dissonância entre imagem social e atitudes privadas reforça a necessidade de discutir os sinais de abuso psicológico e físico nas relações afetivas, muitas vezes minimizados ou silenciados.

Especialistas em segurança pública e direitos das mulheres apontam que a violência contra a mulher é um fenômeno estrutural que atravessa classes sociais, profissões e contextos familiares. Casos como o de Juliana não são isolados. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, somente em 2024, mais de 300 mil mulheres registraram ocorrências de agressão física no país. A impunidade, o medo de denunciar e a revitimização no sistema judicial agravam ainda mais o problema. “É preciso romper o ciclo da violência antes que ele atinja níveis irreversíveis. A denúncia salva vidas”, afirma Ana Paula Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Apoio à Mulher da Defensoria Pública do RN.

Enquanto Juliana segue sua batalha pela recuperação física e emocional, sua história se tornou um símbolo da luta contra a violência de gênero no Brasil. Amigos e familiares da jovem têm se mobilizado nas redes sociais com campanhas de apoio e arrecadação de fundos para ajudá-la no processo de reabilitação. A esperança é de que, além da responsabilização do agressor, o caso sirva como alerta e promova mudanças concretas na forma como a sociedade enxerga e combate a violência contra a mulher. Porque nenhuma cirurgia, por mais bem-sucedida que seja, pode apagar a dor de quem teve seu rosto e sua vida marcados pela brutalidade.