Confusão fatal em SC: Segundo família, PM confundiu grave problema de saúde com embriaguez e dentista acabou morto em cela

Dirigir exige mais do que atenção e habilidade: o corpo também precisa estar em plenas condições. Um mal súbito durante a condução de um veículo pode colocar em risco não apenas o motorista, mas também quem divide a rua com ele.

Situações de emergência médica, como infartos ou desmaios, desafiam a capacidade de resposta de todos os envolvidos especialmente quando confundidas com sinais de embriaguez.

Foi o que a família do dentista e servidor público federal Cezar Maurício Ferreira alega ter ocorrido em São José, na Grande Florianópolis. Segundo relatos, Cezar sofreu um mal-estar enquanto dirigia, perdeu o controle do carro e colidiu com outro veículo.

A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar ao local, teria interpretado os sintomas do motorista, desorientação, fala prejudicada e mal-estar intenso, como indicativos de embriaguez.

Mesmo sem conseguir realizar o teste do bafômetro, os policiais registraram um “auto de constatação” e conduziram o dentista à delegacia, onde ele permaneceu até a manhã seguinte. Foi nesse intervalo que, segundo as autoridades, ele foi encontrado sem vida dentro da cela.

O laudo inicial não apontou sinais de violência, e exames complementares foram solicitados para esclarecer a causa exata da morte. A família afirma que não foi informada da detenção e denuncia que Cezar foi impedido de receber atendimento médico.

Para os parentes, a morte poderia ter sido evitada com uma avaliação clínica imediata. A Polícia Civil de Santa Catarina informou que investiga o caso com urgência. Já a Polícia Militar declarou estar à disposição para prestar esclarecimentos, mas não confirmou a abertura de uma apuração interna.

O episódio acende um alerta sobre a necessidade de preparo das forças de segurança para diferenciar quadros clínicos de infrações e reforça o debate sobre como evitar que situações emergenciais resultem em consequências irreversíveis.