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CONFIRMADO: Empresári0 que M4T0U gari, acaba de… Ver mais

O caso que chocou Belo Horizonte no último dia 11 de agosto ganhou um novo capítulo nesta semana. O empresário Renê da Silva Nogueira Junior, preso após matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, estaria apresentando sinais de instabilidade emocional na prisão.

Segundo sua defesa, Renê, que foi detido em uma academia de musculação dias depois do crime, tem manifestado choro constante e expressado remorso pela morte do trabalhador. A versão foi apresentada pelo advogado Dracon Luiz Cavalcante Lima, que assumiu recentemente a defesa do empresário.

O crime aconteceu de forma brutal e sem precedentes. Laudemir estava em pleno exercício de suas funções como gari, quando foi atingido por um disparo de arma de fogo. De acordo com testemunhas, tudo começou após uma discussão entre Renê e a motorista do caminhão de coleta seletiva.

O empresário, visivelmente exaltado, chegou a ameaçar a profissional antes de sacar a arma. O tiro, no entanto, não atingiu a motorista, mas acabou vitimando Laudemir, que morreu ainda no local de trabalho.

O comportamento do empresário logo após o crime aumentou a revolta popular.

Renê não prestou socorro e deixou a cena do homicídio como se nada tivesse acontecido, prosseguindo com sua rotina habitual. Poucos dias depois, foi localizado pela polícia em uma academia, onde seguia frequentando normalmente as aulas. No primeiro momento, tentou negar a autoria do disparo e alegou ser vítima de uma confusão, sustentando que havia sido identificado de forma equivocada.

A versão, contudo, caiu por terra diante de provas e testemunhas. Confrontado, acabou confessando a execução do gari.

Na prisão, a defesa tenta construir uma narrativa em torno do estado psicológico do acusado. O advogado Dracon Lima afirmou que aceitou o caso justamente pela fragilidade emocional apresentada por Renê.

“Estamos diante de um investigado que tem demonstrado arrependimento genuíno. O choro constante e o estado mental dele foram fatores determinantes para que eu assumisse essa defesa. É preciso ter responsabilidade com a profissão e também enxergar o ser humano por trás do processo”, declarou o defensor em entrevista ao portal

.A troca de advogados também chamou a atenção. Inicialmente, Renê era defendido por Leonardo Guimarães Salles, mas o jurista decidiu encerrar a parceria poucos dias depois de assumir o caso. Em nota, Leonardo afirmou que a decisão ocorreu “por motivo de foro íntimo”, após uma conversa reservada com o empresário.

O afastamento abriu espaço para a entrada de Dracon Lima, que agora articula a linha de defesa baseada em aspectos emocionais e de saúde mental.

Apesar do discurso da defesa, o histórico de Renê reforça a imagem de um homem marcado por conflitos com a lei. Antes mesmo do homicídio de Laudemir, o empresário já havia sido denunciado em pelo menos dois boletins de ocorrência por violência doméstica.

Além disso, também esteve envolvido em um acidente de trânsito com vítima fatal — embora o inquérito relacionado ao caso tenha sido arquivado. Esse passado, segundo especialistas em direito criminal, poderá pesar contra ele durante o julgamento, sobretudo ao se analisar a reincidência em episódios de agressividade.

Enquanto a defesa tenta suavizar a imagem do acusado, a família e os colegas de Laudemir exigem justiça. O gari, descrito por amigos como um trabalhador dedicado e alegre, teve a vida interrompida de forma abrupta em um episódio de violência que deixou a cidade em choque. A morte de um servidor público em pleno exercício de sua função despertou debates sobre intolerância, porte de armas e a sensação de impunidade no Brasil.

O caso segue em investigação e deverá ser apreciado pelo Tribunal do Júri, onde a pressão social por uma condenação exemplar promete marcar os próximos capítulos dessa tragédia que expôs, mais uma vez, os limites da violência urbana.