Casal dono de funerária é preso após abus0 de mais de 190 cadáveres eles faziam s… Ver mais

Um escândalo de proporções macabras abalou os Estados Unidos e provocou indignação nacional. Jon e Carie Hallford, proprietários da funerária Return to Nature, localizada no Colorado, confessaram ter cometido crimes chocantes ao manipular de forma indevida 190 corpos humanos. O caso, revelado após meses de investigação, levanta questionamentos profundos sobre a regulação do setor funerário e o limite da ganância humana. As cenas encontradas pelas autoridades são descritas como dignas de um filme de terror — mas, infelizmente, são reais.
A investigação teve início em outubro de 2023, quando moradores da cidade de Penrose alertaram as autoridades sobre um odor forte e persistente vindo do prédio onde funcionava a funerária. O que os investigadores encontraram superou os piores cenários imaginados: corpos armazenados sem qualquer padrão sanitário, alguns em avançado estado de decomposição, jogados no chão ou empilhados como objetos descartáveis. Havia cadáveres que datavam de 2019, armazenados em sacos plásticos comuns, envoltos apenas em lençóis e fita adesiva.
A funerária oferecia aos clientes um serviço ecológico inovador — a compostagem humana — legalizada em alguns estados americanos como alternativa sustentável ao sepultamento tradicional. No entanto, os Hallfords se aproveitaram da boa-fé de famílias enlutadas para lucrar em cima de mentiras. Em vez de cumprir os protocolos ambientais, eles simplesmente abandonavam os corpos, enquanto entregavam às famílias urnas contendo concreto, alegando serem as cinzas de seus entes queridos.
Em novembro de 2023, o casal foi preso e, recentemente, se declarou culpado em uma audiência no Tribunal do Condado de El Paso. Eles respondem por 191 acusações criminais por abuso de cadáver, podendo ser condenados a penas que variam de 15 a 20 anos de prisão. Para os promotores, o número de vítimas — tanto físicas quanto emocionais — é devastador. “Essas famílias confiaram a eles seus entes queridos. A violação dessa confiança é algo do qual essas pessoas provavelmente nunca se recuperarão”, afirmou o procurador Michael Allen.
A motivação por trás de tamanha crueldade parece ser puramente financeira. Registros bancários analisados durante a investigação revelam que os Hallfords receberam mais de US$ 130 mil (aproximadamente R$ 754 mil) por serviços funerários. No entanto, em vez de utilizar os recursos para realizar cremações ou enterros conforme contratado, o casal optou por gastar o dinheiro com viagens de luxo, joias, eletrônicos e compras online, demonstrando total desprezo pelas vítimas e seus familiares.
O escândalo também acendeu o alerta sobre a prática da compostagem humana, uma alternativa ainda recente e pouco fiscalizada. Embora o método tenha como objetivo oferecer um destino mais sustentável aos restos mortais, o caso da Return to Nature expôs a fragilidade do sistema de regulação. Especialistas agora exigem mudanças urgentes na legislação, incluindo mecanismos de fiscalização mais rígidos e credenciamento rigoroso das empresas que oferecem esse tipo de serviço.
Enquanto o casal aguarda a sentença final, famílias de todo o estado buscam respostas — e algum tipo de consolo. Muitas jamais saberão o que realmente aconteceu com seus entes queridos. O luto, que já era doloroso, foi transformado em uma ferida aberta. “Eles profanaram não só corpos, mas memórias. Transformaram um momento de dor em um pesadelo sem fim”, declarou uma das vítimas, que pediu para não ser identificada. O caso dos Hallfords é um lembrete brutal de que até mesmo no momento mais vulnerável da vida humana, a confiança pode ser violada — e o respeito pela dignidade, descartado.
