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Bolsonaro volta a ter crise de soluços e atitude Moraes chama a atenção: “Nã…Ver mais

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (13) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receba atendimento médico domiciliar, após a defesa relatar o agravamento dos episódios persistentes de soluços. O ex-mandatário, que cumpre prisão domiciliar em Brasília, tem enfrentado crises recorrentes desde o fim de setembro, o que reacendeu preocupações sobre sua saúde.

De acordo com o despacho, a médica Marina Grazziotin Pasolini foi autorizada a prestar atendimento diretamente na residência de Bolsonaro, “sem necessidade de prévia comunicação” ao Supremo. No entanto, Moraes determinou que, em caso de internação, o tribunal deve ser notificado em até 24 horas, com a apresentação dos documentos médicos correspondentes.

O ministro destacou ainda que todos os veículos e pessoas que ingressarem na casa do ex-presidente devem seguir os protocolos de vistoria, conforme já definido em decisão anterior, de agosto. “Havendo necessidade, o réu está autorizado a receber qualquer tratamento médico em seu domicílio, da mesma maneira que poderá ser internado nos casos de urgência”, registrou Moraes no despacho.

Crises antigas e sequelas da facada

Os episódios de soluços crônicos não são novidade na vida do ex-presidente. Desde que foi esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 2018, Bolsonaro enfrenta complicações gastrointestinais que, segundo seus médicos, tendem a se agravar em períodos de estresse.

No final de setembro, ele enfrentou uma das crises mais intensas. O filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), relatou nas redes sociais que os episódios vieram acompanhados de fortes vômitos, classificando a situação como “a mais severa até agora”.

Durante o cumprimento da pena domiciliar, Bolsonaro já precisou de duas idas ao hospital.

Em uma delas, passou por exames e retirou nove lesões cutâneas, sendo duas cancerígenas, conforme informou o Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

Prisão domiciliar e tentativas de flexibilização

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde agosto, por determinação de Moraes, que considerou haver violação de medidas cautelares relacionadas ao processo sobre tentativa de obstrução de julgamento da chamada “trama golpista”.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Entre as restrições impostas estão o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, a proibição de conceder entrevistas, de participar de eventos públicos e de usar redes sociais.

A defesa argumenta que o isolamento tem prejudicado o tratamento de saúde e o convívio familiar. Mesmo assim, Moraes rejeitou o pedido de relaxamento da prisão, afirmando que não há qualquer “fato novo” que justifique uma revisão das medidas.

Repercussão política e expectativa

A decisão do ministro repercutiu rapidamente.

Parlamentares aliados classificaram a autorização como “ato de sensatez” e “gesto humanitário”. Já opositores enxergam o episódio como mais um capítulo da polarização que ainda gira em torno do ex-presidente.

Enquanto o debate político se intensifica, Bolsonaro segue sob rígida vigilância, recebendo acompanhamento médico constante.

Segundo fontes próximas, seu quadro clínico inspira cuidados, mas permanece estável.

Nos bastidores de Brasília, avalia-se que as próximas semanas serão cruciais não apenas para sua recuperação, mas também para o futuro de sua situação judicial. Em meio à tensão entre saúde e política, o ex-presidente continua sendo uma das figuras mais observadas do país — um símbolo de um Brasil dividido, que ainda tenta equilibrar justiça, poder e humanidade.