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Após reunião com equipe de TRUMP, Eduardo Bolsonaro dar notícia esperada ao Brasil… Ler mais

O debate em torno das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (4). O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que os esforços do empresariado nacional para reduzir o impacto do chamado “tarifaço” só terão efeito se a pressão for redirecionada para Brasília.

Para o parlamentar, a resolução do conflito não é de natureza comercial, mas sim política, e depende da aprovação de uma anistia no Congresso Nacional.

Em conversa com jornalistas, Eduardo Bolsonaro foi enfático ao afirmar que a negociação direta com autoridades norte-americanas não surtirá resultados se o Brasil não tomar medidas internas antes.

“Está muito claro que não é uma questão comercial. Então, a melhor maneira para você solucionar isso é em Brasília, não é aqui”, disse, ressaltando que qualquer tentativa isolada de empresários em Washington tende a ter efeito limitado sem respaldo do governo brasileiro.

A fala do deputado ocorreu no mesmo dia em que uma comitiva de empresários brasileiros participou de reuniões organizadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na capital norte-americana.

O objetivo do grupo é pressionar contra as medidas adotadas pelo então presidente Donald Trump, que elevaram tarifas sobre produtos brasileiros e colocaram em risco setores estratégicos da economia nacional. Eduardo Bolsonaro, no entanto, optou por não integrar oficialmente a comitiva, embora tenha mantido encontros paralelos com representantes do setor privado.

Para o parlamentar, a aprovação de uma anistia pelo Congresso seria um primeiro passo decisivo. “Se votarmos a anistia, eu asseguro com tranquilidade, a gente vai sentar à mesa. A gente não, porque eu não estarei nessa mesa. Mas quem quer que venha aqui negociar, estará sentado em uma melhor posição junto ao pessoal do governo Trump”, afirmou.

A declaração indica que, em sua avaliação, a política interna brasileira precisa sinalizar disposição antes de buscar avanços nas mesas de negociação internacionais.

Eduardo também citou interlocutores estrangeiros como referência para sua defesa de uma estratégia voltada a Brasília.

Segundo ele, Christopher Landau, ex-embaixador dos EUA no Brasil, e aliados do senador Marco Rubio reforçaram que o caminho mais eficaz é pressionar o governo brasileiro a aprovar medidas que atendam demandas específicas antes de se buscar concessões americanas. “Um dos principais recados que certamente vamos conversar com os empresários brasileiros é reforçar aquilo que foi dito por Christopher Landau, o ‘02’ do Marco Rubio, que a pressão a ser feita é em Brasília e que, sendo aprovada uma anistia, as portas se abrem de outra forma”, destacou.

As falas do deputado ocorrem em meio a um cenário delicado para a economia brasileira. O aumento de tarifas imposto por Trump foi classificado por especialistas como um duro golpe para exportadores, sobretudo do setor siderúrgico e de commodities. Empresários veem risco de perda de competitividade em mercados estratégicos e têm pressionado por uma resposta diplomática mais assertiva.

O governo brasileiro, por sua vez, enfrenta dificuldades para equilibrar a defesa dos interesses econômicos nacionais com a manutenção do alinhamento político com Washington, característica marcante da gestão de Jair Bolsonaro.

O episódio mostra como disputas comerciais entre grandes economias podem rapidamente se transformar em batalhas políticas, em que interesses domésticos e decisões legislativas passam a ser determinantes para os rumos das negociações internacionais.

Ao apontar a necessidade de aprovar uma anistia em Brasília, Eduardo Bolsonaro lança luz sobre o papel central que o Congresso pode desempenhar nesse processo. Enquanto isso, os empresários brasileiros se dividem entre pressionar nos Estados Unidos ou redirecionar esforços para a arena política nacional.

Resta saber se as palavras do deputado ecoarão entre os parlamentares e se haverá articulação suficiente para transformar o discurso em ação concreta.