Após operação no RJ, governador Cláudio Castro dá declaração bombástica sobre Lula

Em meio à tensão que marcou as recentes operações policiais nos complexos do Alemão e da Penha, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, levantou um debate que promete ecoar nos bastidores de Brasília. Em entrevista exclusiva ao programa CNN 360°, o governador questionou a ausência de apoio do governo federal e criticou o que chamou de “foco excessivo em discussões políticas”, enquanto o estado enfrenta desafios crescentes na área da segurança pública. As declarações foram dadas poucas horas após intensos confrontos entre forças policiais e facções criminosas, que deixaram a população em alerta e reacenderam o debate sobre o papel da União no combate ao crime organizado.
Durante a entrevista, Cláudio Castro foi direto: “Em três ocasiões diferentes, pedimos blindados da Marinha para apoiar as operações e não obtivemos resposta positiva”, afirmou. Segundo ele, a justificativa apresentada pelo governo federal foi a ausência de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), instrumento que permite o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública. Para o governador, a negativa representa mais do que uma questão burocrática — é um sinal de descaso com a realidade do Rio de Janeiro, onde o crime armado desafia diariamente o poder do Estado.
Castro também rejeitou a hipótese de que a falta de apoio tenha sido motivada por retaliação política. Apesar das divergências partidárias com o governo federal, afirmou acreditar no compromisso institucional das autoridades. “Duvido que alguém eleito pelo povo faria algo contra o povo do Rio”, declarou. Ainda assim, o tom de descontentamento foi evidente. O governador reforçou que a segurança pública não pode ser refém de disputas políticas ou ideológicas, defendendo uma cooperação nacional mais efetiva no combate às organizações criminosas.
Mesmo diante das críticas, Cláudio Castro reconheceu avanços na integração entre as polícias estaduais e a Polícia Federal, destacando operações conjuntas que resultaram no fechamento de uma fábrica clandestina de fuzis e em investigações sobre lavagem de dinheiro ligada ao tráfico. “O trabalho técnico existe, e os resultados estão aparecendo. Mas poderíamos fazer muito mais com o apoio total do governo federal”, afirmou. O governador também destacou que a inteligência policial tem sido fundamental para reduzir o poder bélico das facções, mas que a falta de recursos e equipamentos adequados limita a atuação das forças de segurança.
Os números apresentados por Castro reforçam a gravidade da situação. Somente no último ano, foram apreendidos 732 fuzis no estado do Rio de Janeiro, enquanto a Bahia — o segundo estado com mais apreensões — registrou 78 armas desse tipo. “Isso mostra a dimensão do problema. O Rio é a principal porta de entrada de armamento pesado no país”, alertou. Segundo ele, o fluxo de drogas e armas que chega pelos portos, aeroportos e rodovias federais deveria mobilizar uma resposta integrada da União, já que ultrapassa os limites da competência estadual.
A crítica do governador também ressoa entre especialistas em segurança pública, que apontam a necessidade de um plano nacional de combate ao tráfico de armas e drogas, com participação ativa das Forças Armadas e das agências federais. Para analistas, o Rio se tornou um laboratório de guerra urbana, onde a ausência de uma política nacional consistente agrava os conflitos locais. Enquanto isso, as comunidades permanecem sob o impacto das operações, vivendo entre o medo e a esperança de dias mais seguros.
Ao encerrar a entrevista, Cláudio Castro reafirmou que continuará pressionando por uma agenda de segurança integrada, que envolva estados, municípios e o governo federal. “Não queremos confronto político, queremos parceria. O povo do Rio precisa de ações concretas, não de discursos”, concluiu. As declarações reacendem um tema central no debate nacional: até que ponto a falta de alinhamento entre os poderes compromete a segurança da população? Com o avanço da criminalidade e o aumento da sensação de insegurança, a resposta a essa pergunta pode definir os rumos da política de segurança pública no Brasil nos próximos anos.





