Após ir para cela com outros 6 presos, homem que agrediu mulher com s0c0s acaba de… Ver mais

Um ato de violência extrema chocou o Brasil e trouxe à tona mais uma vez a brutalidade do feminicídio. O ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral foi transferido nesta sexta-feira (1º) do centro de triagem da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para a Cadeia Pública Dinorá Simas, localizada em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Igor é acusado de espancar sua namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador, em um condomínio de alto padrão na Ponta Negra, zona Sul da capital potiguar. A agressão, que aconteceu no dia 26 de julho, foi registrada por câmeras de segurança e gerou revolta nacional após as imagens se tornarem públicas.
A transferência do acusado ocorre em meio a um pedido da defesa para que ele fosse mantido em cela isolada, alegando risco à sua integridade física dentro do sistema prisional. No entanto, a Seap afirmou, por meio de nota, que Igor foi alocado em uma “ala de segurança adequada”, onde são levadas em conta medidas para preservar tanto a vida dos detentos quanto o funcionamento da unidade. “Todas as transferências seguem critérios rigorosos que consideram a segurança do sistema prisional, o perfil do custodiado e a necessidade de garantir a ordem e disciplina nas unidades prisionais”, completou a nota oficial.
Desde sua prisão em flagrante, Igor havia sido mantido em uma cela comum no centro de triagem com outros presos. Sua detenção foi convertida em prisão preventiva após a audiência de custódia, realizada no último fim de semana. Agora, ele permanece à disposição da Justiça, que poderá conduzir o processo por tentativa de feminicídio, crime pelo qual deve responder conforme apontou a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM).
Enquanto o acusado inicia sua rotina como preso, a vítima luta para se recuperar das graves lesões provocadas pelo espancamento. Na manhã desta sexta-feira (1º), ela passou por uma cirurgia delicada no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), com o objetivo de restaurar os ossos do rosto e reconstituir as funções faciais. Segundo o hospital, a operação foi necessária devido às múltiplas fraturas no maxilar e na região facial, consequência direta da agressão covarde. O procedimento foi iniciado por volta das 9h e não teve previsão imediata de término divulgada.
De acordo com o laudo emitido pelo Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, onde a vítima foi inicialmente atendida, as lesões incluem fratura do complexo zigomático-orbitário — que compreende a maçã do rosto e os ossos ao redor dos olhos — e do côndilo mandibular, parte da articulação da mandíbula. O documento médico recomendou que a vítima fosse encaminhada imediatamente para tratamento cirúrgico especializado, tamanha a gravidade dos ferimentos.
O crime repercutiu fortemente nas redes sociais e em todo o país, reacendendo o debate sobre a violência contra a mulher e a impunidade em casos de agressões domésticas. Diversas entidades ligadas aos direitos humanos e à proteção da mulher se manifestaram exigindo punição exemplar. Internautas também expressaram indignação com a brutalidade do ato e cobraram celeridade no julgamento. Especialistas lembram que a denúncia e o combate à violência doméstica exigem vigilância constante da sociedade e políticas públicas efetivas.
O caso de Igor Eduardo não é um fato isolado, mas mais um alerta trágico sobre a necessidade urgente de proteger mulheres em todos os ambientes — inclusive dentro de seus próprios lares ou relações afetivas. O elevador, que em teoria deveria ser apenas um espaço de trânsito cotidiano, virou cenário de horror e brutalidade. Agora, enquanto a Justiça avança com o processo, a sociedade observa e espera que esse caso seja mais do que uma manchete: que se torne símbolo de justiça, responsabilidade e transformação.
