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Amigas tiram selfie sem saber que minutos depois m0rreri@m de forma assut@d… Ver mais

O que deveria ser apenas uma foto divertida entre amigas acabou se transformando em um dos episódios mais trágicos e chocantes envolvendo jovens nos Estados Unidos. Em outubro de 2011, três adolescentes morreram de forma brutal ao tentar registrar um momento diante dos trilhos de trem no Covered Bridge Canyon, em Utah. A tragédia, que vitimou Essa Ricker, Kelsea Webster e sua irmã mais nova, Savannah, tornou-se símbolo de alerta sobre os riscos que se escondem por trás de comportamentos aparentemente inofensivos — como tirar uma selfie.

As três jovens estavam animadas naquela tarde de outono. Apaixonadas por trens, decidiram caminhar até um ponto cênico da ferrovia para tirar algumas fotos. O cenário era perfeito: montanhas ao fundo, o céu limpo e o som rítmico de um trem se aproximando. Quando o trem da Utah Railway passou lentamente diante delas, as garotas sorriram, acenaram, tiraram selfies. Mal sabiam que, do outro lado, um segundo trem se aproximava em alta velocidade.

Em uma das últimas publicações feitas em uma rede social por uma das adolescentes, a legenda dizia:
“De pé do lado de um trem ahaha isso é demais!!!!”
Junto, havia uma selfie — aparentemente inofensiva — mas que, em retrospecto, é devastadora. No canto da imagem, quase invisíveis, os faróis do segundo trem, da Union Pacific, já se aproximavam a cerca de 80 km/h. A linha paralela aos trilhos por onde passava o primeiro trem estava a apenas um metro de distância — espaço insuficiente para garantir qualquer segurança.

Uma tragédia em segundos

Segundo os maquinistas Michael Anderson e John Anderson, do trem da Union Pacific, as adolescentes pareciam alheias ao perigo. Eles relataram que o sinal sonoro da locomotiva foi acionado insistentemente, mas não houve tempo hábil para evitar o desastre. Foram apenas 12 segundos entre avistar as garotas e o impacto. Uma eternidade para quem estava no controle; um piscar de olhos para quem não percebeu o risco.

Quando os operadores conseguiram parar o trem e correram até o local, encontraram uma cena devastadora: Essa Ricker e Kelsea Webster já estavam sem vida. Savannah, a mais jovem, ainda respirava, mas em estado crítico. Ela foi levada com urgência ao hospital e passou por cirurgia, mas os danos cerebrais eram irreversíveis. A família, devastada, publicou um desabafo emocionado no blog pessoal, assinado pela mãe, Jayna Webster:

“Os médicos explicaram que as lesões eram graves demais. Vamos mantê-la no suporte até o fim do dia, mas é hora de dizer ‘até logo’ a um anjo que caminhou entre nós.”

Quando o cenário bonito esconde um perigo real

O Covered Bridge Canyon, como muitos outros pontos ferroviários nos EUA, é visualmente deslumbrante — e isso o torna um alvo constante de fotógrafos amadores e caçadores de selfies. Mas o que parece ser apenas um fundo bonito pode esconder uma armadilha mortal.

Pouca gente sabe, mas um trem pode levar até um quilômetro para parar completamente, mesmo em velocidade média. A sensação de segurança ao ver um trem parado ou lento pode criar uma falsa confiança, levando pessoas a se aproximarem dos trilhos. E quando um segundo trem se aproxima em sentido oposto — como aconteceu com as meninas de Utah — não há tempo para reação.

A selfie registrada momentos antes do impacto se transformou, tragicamente, em um documento visual do perigo invisível. Uma imagem que, sem saber, capturou o prenúncio de uma tragédia. Especialistas em segurança ferroviária destacam que a distância mínima de segurança recomendada é de cinco metros, mas essa orientação raramente é respeitada — principalmente quando a vaidade e a adrenalina de um clique ousado entram em cena.

Uma lição que ainda ecoa

Desde o acidente, o estado de Utah reforçou sinalizações em regiões de risco próximo aos trilhos e investiu em campanhas educativas. No entanto, o comportamento de risco persiste — não apenas ali, mas em todo o mundo. A cultura da imagem, alimentada pelas redes sociais, segue incentivando jovens e adultos a assumirem riscos desnecessários em busca de curtidas e aprovação digital.

O caso de Essa, Kelsea e Savannah permanece como um lembrete doloroso de que a vida não pode ser sacrificada por um momento de descontração. O que deveria ser uma lembrança alegre virou luto, e a mensagem final é clara: alguns cenários são lindos demais para serem verdadeiramente seguros.

Antes de buscar o clique perfeito, vale a reflexão: sua vida vale mais do que qualquer postagem. Porque, às vezes, o que parece apenas uma selfie… pode ser o seu último retrato.