Neymar afirma que a Copa do Mundo de 2026 será sua última; Quais as chances do Brasil?

Em uma entrevista à CNN divulgada nessa terça-feira (7), Neymar afirmou que a Copa do Mundo de 2026 será sua última. O atacante do Al-Hilal terá 34 anos na próxima edição do torneio, que acontecerá no Canadá, nos Estados Unidos e no México.

“Sei que é a minha última Copa. Então esse é meu último tiro, minha última chance e vou fazer de tudo para que eu possa conseguir (o título mundial)”, disse Neymar, à CNN.

Maior artilheiro da história da Seleção Brasileira

Neymar é o maior artilheiro da história da Seleção, à frente de Pelé. Com 79 gols, ele é o maior assistente, com 59 assistências em 125 partidas. Pelo Brasil, o atacante tem 13 jogos, oito gols marcados e quatro assistências em Copas do Mundo. Apesar de protagonista da Seleção, ele sofreu com diversas lesões durante a carreira, e ainda não conseguiu chegar à final.

Neymar – Foto: Vitor Silva/CBF

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Em 2014 uma grave lesão na coluna o tirou do torneio nas quartas de final. Na fase seguinte, sem Neymar, o Brasil perdeu para a Alemanha no emblemático 7 a 1. Na disputa pelo terceiro lugar, a Holanda derrotou a Amarelinha por 3 a 0.

Já em 2018, disputou todos os jogos com o Brasil, que perdeu para a Bélgica por 2 a 1 nas quartas de final. Em 2022, se lesionou no primeiro jogo da competição, voltou no sacrifício, mas viu a Seleção cair nas quartas para a Croácia nos pênaltis.

Chances do Brasil na Copa do Mundo de 2026

Apesar das atuações abaixo do esperado, a seleção brasileira não corre tanto risco de estar de fora da Copa do Mundo de 2026. Segundo os cálculos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Brasil tem 92,5% de chances de classificação direta ao Mundial — ou seja, terminar entre os seis primeiros nas Eliminatórias Sul-Americanas.

Brasil — Foto: Staff Images / CBF

Embora o número seja alto, a seleção brasileira é apenas a quarta equipe com mais chances de se classificar direto à Copa do Mundo de 2026. A Argentina possui maior probabilidade, com 99,99%, seguida por Uruguai, com 99% e Colômbia, com 94%.

Atualmente, o time brasileiro não é 100% garantido de estar no Mundial de 2026. Isso porque, quem ficar em sétimo na competição terá que disputar vaga na repescagem com um representante da Ásia, um da África, um da Oceania e dois da América do Norte.

Outra pergunta é: Há chances do hexa em 2026? Quem analisa as odds de longo prazo da Copa do Mundo sabe de uma coisa: o Brasil sempre está no primeiro escalão. Por ser o único pentacampeão mundial e uma constante fábrica de jogadores, o país sempre é visto como favorito.

Isso ocorre mesmo quando o futebol não corresponde, que é o caso atual. Com a má fase da seleção, questionar se temos chance de hexa na Copa de 2026 é válido. Porém, há três fatores que podem indicar uma grande chance de vitória da seleção brasileira em 2026.

Talento de sobra

A seleção brasileira sempre foi conhecida pelos craques. É fato que algumas gerações possuem mais que as outras, mas a atual também conta com estrelas importantes. Por exemplo, Vinicius Junior, considerado pelo Fifa The Best como o melhor jogador do mundo na temporada 23/24, o goleiro Ederson, o zagueiro Marquinhos e outros diversos craques.

Endrick, Vini Jr e Rodrygo juntos em atividade da Seleção — Foto: Jailson Marconne/CBF

Fato é que temos jogadores para jogar mais bola do que ocorre atualmente. A eliminação na Copa América foi feia, com um futebol deficiente e a queda em jogo sem inspiração contra o Uruguai. Porém, uma mudança pode acontecer a qualquer momento, como ocorreu com a seleção argentina durante a Copa América de 2021.

Futebol antes da Copa do Mundo não precisa ser maravilhoso

Um fator subestimado para explicar as chances do Brasil na Copa do Mundo é que o futebol antes da competição não precisa ser maravilhoso. Em alguns casos, até durante o torneio. Em 2022, a Argentina perdeu para a Arábia Saudita na estreia e já sofreu uma chuva de críticas, mas ganhou no fim. O Brasil em 2002 chegou completamente desacreditado, mas emendou sete vitórias e levou o penta.

Raphinha foi destaque pela Seleção Brasileira – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Tudo importa e qualquer detalhe pode fazer toda a diferença. Uma alteração no time titular, uma mudança no estilo de jogo, um jogador que consegue crescer no momento certo. Isso é suficiente para uma campanha histórica. E o Brasil tem a capacidade e os atletas para fazer isso acontecer. Por isso, a confiança é válida.

Para 2026, ainda teremos uma grande mudança. Passa de sete para oito jogos o necessário para ser sagrado campeão, já que serão 48 seleções. Entretanto, a fase de grupos mudou: se aventou a possibilidade de grupos de três, mas serão 12 grupos com quatro seleções. Passam os dois primeiros de cada grupo e os oito melhores terceiros colocados. Assim teremos um jogo de mata-mata anterior às oitavas de final (dezesseis avos de final).

Mudança de geração

A era de Cristiano Ronaldo e Messi está chegando ao fim. Embora eles não tenham dominado a Copa do Mundo com o mesmo impacto que tiveram na Liga dos Campeões e nos prêmios de Melhor do Mundo, essa transição ainda é altamente significativa.

A repercussão mais direta é que a atual campeã, a Argentina, até pode levar capitão, camisa 10 e melhor da Copa em 2022. Mas, Messi já não está no mesmo nível de antes e o impacto técnico e emocional é grande.

Portugal também pode levar Cristiano Ronaldo. Porém, na Euro de 2024 ficou claro que o time tem que mudar as características para acomodar um jogador ainda em forma, mas que exige envolvimento e que a bola passe no pé dele. Além disso, com a Alemanha sem Toni Kroos e a Itália passando por uma grande reformulação, veremos as seleções tendo que enfrentar grandes mudanças.

Enquanto isso, o Brasil já começou o trabalho de renovação, com novos nomes na seleção como Endrick, Estevão, Igor Jesus, Savinho e muitos outros jovens talentos. Agora, Dorival Jr. também está contando com a recuperação de Neymar, estrela do time brasileiro.

Nesse novo cenário há jogadores ainda novos que já estão marcando o nome. Kylian Mbappe sem dúvidas é um deles e por isso a França é favorita. A Espanha tem a força do conjunto e pode ver Lamine Yamal tornar-se um supercraque em breve. O Brasil já tem Vinicius Junior consolidado, porém, outros nomes como Raphinha, Rodrygo e Endrick também querem esse status. Dessa maneira, a Amarelinha tem que ser respeitada.

O Brasil tem chances de hexa

A resposta para a pergunta do título é: sim. No momento, a seleção brasileira está um estágio abaixo de Espanha e França, que jogam juntas há mais tempo e mostram melhor futebol atualmente.

Jogadores da seleção brasileira — Foto: Ethan Miller/Getty Images

A Argentina com a dúvida de Messi, e a Inglaterra, que tem muito talento, mas agora precisa de um treinador para elevar o patamar da equipe, também podem pensar em título. Com tantos jogadores bons, o Brasil precisa ter o hexa como objetivo quando chegar em 2026. Mesmo que na preparação os tropeços continuem acontecendo, há chances.