‘Papai, tomei um tiro’, homem relata momentos desesperadores após carro da família entrar por engano em comunidade do RJ

O caso da adolescente Valentina Betti Simioni, de 14 anos, traz à tona a violência urbana nas grandes cidades brasileiras. Valentina foi baleada após o carro de sua família entrar por engano no Complexo da Maré, uma região conhecida por conflitos armados, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O evento com enorme potencial para se tornar uma grande tragédia, aconteceu quando o pai da adolescente, ao dirigir pelo cidade do Rio de Janeiro, errou o caminho e acabou acessando uma área dominada por criminosos armados, resultando em uma situação de extremo risco.

Valentina e seu pai, moradores de Belo Horizonte, estavam no Rio de Janeiro para resolver questões relacionadas ao visto americano no Consulado Americano. Após a visita, eles se dirigiam à Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quando o pai errou o acesso da Avenida Brasil para a Linha Amarela.

Ao seguir as instruções do GPS, acabou entrando nas avenidas Paris e Guilherme Maxwell, áreas de acesso ao Morro do Timbau. Foi nesse momento que eles foram interceptados por criminosos armados, que ordenaram a parada do veículo. Temendo pela segurança, o pai acelerou, e os criminosos abriram fogo contra o carro, atingindo Valentina na região lombar.

“Eles deram alguns tiros, uns 6 ou 8 tiros, e eu olhei para ela e falei: ‘Pegou em você?’. Ela disse: ‘Não, papai, não pegou’. E aí eu continuei acelerando. Já estava a uns 400, 500 metros da saída da favela para a avenida. Quando eu consegui sair, ela encostou e falou: ‘Papai, tomei um tiro sim’”, relatou.

O morador de Belo Horizonte, afirmou que entrou em desespero e começou a acelerar, relatou Michael diante da unidade hospitalar onde a filha permanece internada. A adolescente foi socorrida e levada para o Hospital Getúlio Vargas, onde passou por atendimento médico e ficou internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Na manhã desta quinta-feira, 19, o pai de Valentina relatou os momentos de terror vividos durante o episódio. Ele informou que a filha deixou o CTI, já conversa e mexe no celular, indicando uma melhora no seu estado de saúde. Este caso evidencia os perigos enfrentados por motoristas e visitantes em determinadas áreas da cidade do Rio de Janeiro.

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A situação destaca não apenas os riscos de segurança ao errar caminhos em áreas conflituosas, mas também a questão do uso de GPS em locais com territórios controlados por facções criminosas. A recuperação de Valentina é um alívio, mas o episódio serve como um alerta para a necessidade de ações mais efetivas de segurança pública nessas regiões.