Notícias

Termina a luta de Bolsonaro no hospital após cirurgia de emergência

A luta de Bolsonaro no hospital terminou após ter sido realizado uma cirurgia de emergência. Mais detalhes foram expostos.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido, na manhã desta quinta-feira de Natal (25), a uma cirurgia para o tratamento de uma hérnia inguinal bilateral. O procedimento, realizado no Hospital DF Star, em Brasília, durou cerca de três horas e meia e terminou no início da tarde sem grandes intercorrências.

Segundo a equipe médica, Bolsonaro já se encontra em recuperação no quarto. A intervenção foi autorizada na última terça-feira (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da defesa após perícia médica.

De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, responsável pela operação, o ex-presidente apresentava uma hérnia do tipo mista — caracterizada por componentes diretos e indiretos — em ambos os lados da região inguinal.

“O procedimento transcorreu de acordo com o previsto. Foi feita uma correção com o reforço da parede abdominal e a colocação de uma tela de material plástico para garantir a sustentação”, explicou o médico em entrevista coletiva.

Nos próximos dias, os cuidados hospitalares serão focados em analgesia e fisioterapia para evitar complicações pós-operatórias. Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, manifestou-se pelas redes sociais celebrando o sucesso da operação.

“Agora é aguardar o retorno da anestesia”, escreveu a ex-primeira-dama. Embora a hérnia tenha sido corrigida, um segundo procedimento previsto para tratar os soluços persistentes de Bolsonaro foi adiado para a próxima segunda-feira (29).

O cardiologista Brasil Caiado informou que a equipe optou por otimizar o tratamento clínico antes de realizar o bloqueio do nervo frênico — técnica que reduz a atividade do nervo que controla o diafragma.

A decisão baseia-se na identificação de uma esofagite severa, associada a gastrite e refluxo gastresofágico, que podem ser as causas diretas dos espasmos.

“Nós optamos, por precaução, em potencializar a medicação e observar a resposta clínica nesses próximos dias”, afirmou Caiado. Os médicos explicam que as múltiplas intervenções abdominais sofridas pelo ex-presidente no passado criaram aderências e fibroses.

Jair Bolsonaro foi transferido da Superintendência da Polícia Federal para o hospital na última quarta-feira (23). Ele cumpre pena de 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.

Por estar sob custódia federal, qualquer movimentação externa ou intervenção médica depende de autorização judicial expressa e realizada pelo STF.

A hérnia inguinal ocorre quando tecidos internos escapam por pontos de fraqueza na musculatura abdominal. No caso de pacientes com histórico de cirurgias prévias, como Bolsonaro, a parede muscular pode sofrer enfraquecimentos.

Com esses enfraquecimentos, é facilitado o surgimento de abaulamentos e o risco de encarceramento intestinal, o que justifica a urgência do reforço cirúrgico realizado hoje.