Notícias

Pai de adolescente morto no RJ após megaoperação lamenta e deixa alerta para pais e jovens: “Ali percebi que ele se iludiu”

O pai lamentou o envolvimento de seu filho com o CV, dizendo que o garoto se iludiu. Mais detalhes foram expostos em seu relato.

Após a megaoperação no Rio de Janeiro deixar um rastro de luto, a triste história de um adolescente de 14 anos veio à tona, nesta última sexta-feira, dia 7 de novembro. O pai do jovem Michel, Samuel Peçanha, de 54 anos, contou como descobriu a morte do filho: através de uma foto do corpo, com o rosto desfigurado, que recebeu pelo WhatsApp.

O pai, em uma entrevista à BBC News Brasil, uma semana após o ocorrido, desabafou sobre a dor de reconhecer o filho em uma imagem. Ele contou que sentiu um aperto e que reconheceu que era ‘seu menino’.

Com a notícia da morte, a luta do pai para tentar salvar o filho do crime foi revelada. Samuel contou que Michel era o caçula de cinco filhos e vivia uma infância comum, um “garoto tranquilo” que “adorava danone e biscoito Piraquê”.

No entanto, há três meses, o menino confessou o envolvimento com o Comando Vermelho. O pai acredita que as redes sociais, com a ostentação de armas e fama, “iludiu” a mente dele. O pai falou mais sobre o que passou:

“Fiquei totalmente assustado, e ali percebi que ele se iludiu. Falei: ‘Filho, pra que você está tirando foto com arma? Pra que está tirando foto em certos locais?’ Ele dizia: ‘Não, pai, é só porque eu vou no baile com os garotos, conheço um montão de gente…’”,

Diante da situação, o pai, tentava convencer o filho a mudar de caminho, conversando com o adolescente e deixando claro que não tinha necessidade dele seguir por aquele caminho.

Na terça-feira (28), dia da operação, ele ainda falou com Michel, contando que o filho respondeu que estava bem e que quinta-feira estaria em casa, mas foi tudo muito rápido e depois o filho não atendeu mais.

O jovem Michel, de 14 anos, segundo o pai, não tinha histórico de roubos, mas já estava imerso na estrutura do tráfico. O pai contou que o filho fazia ‘funções’ para alcançar coisas menores, e que de acordo com os amigos, ele estava iludido com a vida no crime.

No momento, após o reconhecimento e o enterro do filho, o pai tenta transformar a situação em um alerta, declarando que não é algo natural perder o filho desta forma e aconselhando os outros jovens a estudarem e se prepararem para alcançar os seus sonhos.