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Em áudio, ex-delegado-geral de SP disse que estava vivendo sem proteção nenhuma; ouça

O ex-delegado chegou a falar sobre a falta de segurança que sentia em uma entrevista. Os áudios soam como uma premonição diante do que estaria por vir.

Após a execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, uma revelação assustadora veio à tona, nesta última terça-feira, dia 16 de setembro.

Em um áudio gravado duas semanas antes de ser morto, o próprio delegado afirmava que vivia sozinho e sem qualquer estrutura de segurança em Praia Grande (SP), “o meio deles”, referindo-se aos criminosos que combateu por décadas.

Em uma entrevista, que ainda não foi ao ar,  ele falou para um podcast da CBN e do jornal O Globo. “Eu não tenho… eu tenho proteção de quê? Eu moro sozinho aqui, eu vivo sozinho na Praia Grande […] Hoje, eu não tenho estrutura nenhuma…”, disse ele.

Suas palavras foram ditas no áudio, que agora soa como uma premonição. A morte do ex-delegado, ocorrida na segunda-feira (15), foi causada por uma emboscada.

Câmeras de segurança registraram seu carro sendo perseguido, batendo em um ônibus e, em seguida, criminosos descendo de outro veículo e o executando com mais de 20 tiros, em plena luz do dia.

Diante da situação, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, determinou “mobilização total” da polícia, criando uma força-tarefa para caçar os assassinos.

O especialista em segurança Rafael Alcadipani lamentou, dizendo que isso mostra, infelizmente, o poder do crime organizado. Ele lembrou que a vítima foi um dos responsáveis pela prisão do líder do PCC, Marcola.

Ruy Ferraz Fontes dedicou mais de 40 anos à polícia, sendo 20 deles no combate direto ao PCC. Ele comandou a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022 e, após se aposentar, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande.

No momento, a força-tarefa investiga se a motivação foi vingança do PCC ou uma reação ao seu trabalho na prefeitura. Amigos, como o ex-promotor Marcio Christino, estão entristecidos.

A morte de um dos maiores nomes do combate ao crime organizado em São Paulo abalou as estruturas da segurança pública e demonstrou as forças do crime organizado no Brasil.