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Médico fala sobre a temida leucemia, doença que ACOMETEU a atriz Drica Moraes, ap… Ler mais

Julho marcou uma data especial na trajetória de Drica Moraes, uma das atrizes mais queridas da televisão e do teatro brasileiro. Há 15 anos, ela recebeu o transplante de medula óssea que não apenas salvou sua vida, mas também simbolizou um renascimento, permitindo que pudesse retomar sonhos, papéis e projetos que pareciam distantes diante do diagnóstico de leucemia mieloide aguda. Hoje, ao relembrar essa jornada, a artista compartilha um testemunho de esperança e resiliência, transformando sua experiência pessoal em inspiração para milhares de brasileiros que enfrentam batalhas semelhantes contra o câncer.

Em 2010, Drica foi surpreendida por uma notícia que mudaria o rumo de sua vida: a confirmação de que tinha leucemia mieloide aguda, um tipo de câncer raro e agressivo que atinge o sangue e a medula óssea. A doença exige resposta imediata, já que sua evolução pode ser rápida e potencialmente fatal. A atriz passou por internações prolongadas, ciclos intensos de quimioterapia e, por fim, pelo transplante de medula, procedimento que representou sua principal chance de cura. Quinze anos depois, a lembrança desse período ainda ecoa como uma prova de que a medicina, quando aliada à fé e ao apoio da família, pode ser determinante para reescrever histórias.

A leucemia mieloide aguda ocorre quando células jovens da medula óssea, conhecidas como blastos, sofrem alterações genéticas e deixam de se desenvolver em glóbulos brancos saudáveis. Em vez disso, multiplicam-se desordenadamente, ocupando o espaço da medula e comprometendo a produção equilibrada dos componentes do sangue. O resultado é um organismo mais frágil, com sintomas que podem ser confundidos com outras doenças, como cansaço extremo, palidez, febres persistentes, manchas roxas na pele, infecções recorrentes, perda de peso sem causa aparente e dores ósseas. Justamente por isso, o diagnóstico precoce é um dos maiores desafios no combate à doença.

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar, entre 2023 e 2025, cerca de 11.540 novos casos de leucemia por ano. Embora represente uma pequena parcela dentro dos diferentes tipos de câncer, a leucemia mieloide aguda corresponde a aproximadamente 30% dos diagnósticos em adultos. Sua agressividade faz com que o tratamento seja intenso e muitas vezes prolongado, envolvendo quimioterapia de alta dose e, em situações específicas, o transplante de medula óssea — opção que aumenta consideravelmente as chances de cura, sobretudo em pacientes mais jovens ou com risco de recaída.

O avanço da medicina, no entanto, tem ampliado horizontes. Nos últimos anos, terapias-alvo e imunoterapias têm sido incorporadas às estratégias de tratamento, oferecendo alternativas menos tóxicas para pacientes que não suportam a quimioterapia tradicional. Esses recursos utilizam mecanismos capazes de identificar e atacar apenas as células doentes, preservando o funcionamento das células saudáveis. Embora ainda não substituam por completo as abordagens convencionais, representam um passo significativo para o futuro do tratamento oncológico, trazendo esperança para grupos que antes tinham opções limitadas.

Drica Moraes, ao compartilhar sua experiência, ressalta a importância de campanhas de conscientização sobre a doação de medula óssea. O transplante só foi possível graças à compatibilidade encontrada com um doador, realidade que, para muitos pacientes, significa uma corrida contra o tempo. No Brasil, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) conta com milhões de cadastrados, mas as chances de compatibilidade são baixas, o que torna cada novo voluntário um potencial salvador de vidas. “Eu tive sorte de encontrar um doador, mas sei que muitos ainda esperam por essa oportunidade. Quanto mais pessoas se cadastrarem, mais chances damos a quem precisa”, destacou a atriz em entrevistas recentes.

A celebração dos 15 anos do transplante de Drica não é apenas uma lembrança pessoal de vitória, mas também um convite à reflexão coletiva. Sua história ilumina a necessidade de atenção aos sinais do corpo, da valorização da ciência e do fortalecimento das redes de solidariedade. Ao transformar a dor em narrativa de esperança, a atriz mostra que o enfrentamento do câncer é feito de múltiplos fatores: tecnologia, medicina de ponta, diagnóstico ágil, doadores generosos e, sobretudo, coragem. Em um país que todos os anos registra milhares de novos casos da doença, exemplos como o dela reforçam que a luta contra a leucemia mieloide aguda é árdua, mas não impossível — e que cada vitória merece ser celebrada como inspiração para todos.