Arma usada por empresário para matar gari pertence a uma delegada da Polícia Civil; entenda o caso
Caso aconteceu nesta última segunda, dia 11 de agosto

A morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, ocorrida enquanto ele trabalhava no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, gerou intensa comoção e revolta nas redes sociais e nas ruas.
Moradores, colegas de trabalho e internautas cobram justiça imediata, enquanto organizações de classe e defensores dos direitos trabalhistas denunciam o episódio como um símbolo do desrespeito à vida de trabalhadores essenciais.
A indignação se ampliou pelo fato de o crime ter sido cometido com uma arma pertencente a uma delegada de polícia, esposa do suspeito, o que reacendeu debates sobre responsabilidade e controle no uso de armamentos por agentes da lei.
O suspeito, identificado como René da Silva Nogueira Júnior, empresário, foi preso poucas horas depois do crime, enquanto treinava em uma academia.
Segundo relatos, a confusão começou após ele exigir que o caminhão de lixo desse passagem para seu carro elétrico, apesar de haver espaço para a manobra.
Testemunhas afirmam que René ameaçou a motorista do veículo e, diante da intervenção dos garis, atirou contra Laudemir, que não resistiu aos ferimentos.
A investigação revelou que a arma usada, uma pistola calibre .380. estava registrada em nome da esposa de René, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira.
Na residência do casal, em Nova Lima, a Corregedoria da Polícia Civil apreendeu também outra arma funcional. Ambas estavam no escritório da casa, sobre uma estante. A apuração vai verificar se houve “omissão de cautela” por parte da delegada, o que pode acarretar sanções administrativas.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que a vítima trabalhava para uma empresa terceirizada e que a família está recebendo apoio.
Enquanto isso, o caso segue sob responsabilidade da Delegacia Especializada de Homicídios. O caso vem gerando indignação entre amigos, colegas e familiares.